domingo, 8 de agosto de 2010

Uma carta para dizer adeus.




Eu não sei como vou te escrever isso, mas estou aqui, tentando de forma totalmente espontânea. Eu não vou ficar enrolando não, viu Júlio? A verdade é que eu não te amo mais. Eu poderia dizer que a carta se resume a isso, mas gostaria que você continuasse lendo para que eu possa te dar alguma explicação. É sério, não é aquela coisa clichê que todos falam e que nem sempre é verdade do tipo: ‘ Ah, você merece coisa melhor’. Não é isso, ta? Por que se eu te amasse mesmo iria ficar com você, tu merecendo ou não coisa melhor. E de qualquer forma me acho suficientemente especial para ficar ao seu lado, já que admiro muito a minha pessoa e a sua. Mas vou te falar logo a verdade antes que você comece a achar que eu realmente estou te enrolando. Olha é o seguinte, vou tentar te explicar: acontece que eu me encanto muito por alguém e penso e suspiro por esse tal alguém e sonho futuro ao lado dessa pessoa e todas essas coisas que gente apaixonada faz, mas acontece que isso passa muito rapidamente, eu logo desapego e não quero mais, você está entendendo? Vou dar um exemplo com um ‘gelo’ pra ver se fica mais claro: é assim, eu crio algum tipo de sentimento muito bonito por alguém, aí esse gelo (sentimento), vai se derretendo até restar só àquela coisa liquida, sabe? Ai não resta quase nada de amor e nem de excitação, porque depois que o gelo derrete, resta só aquele líquido. Meu amor nunca é sólido, entende? Nunca foi. Aliás, to sendo muito abusada em chamar meus sentimentos de amor, por que dizem que amor é bastante durável, mas como eu chamo esse gelo não é a questão. Sabe de uma coisa? Com você eu realmente achei que ia ser diferente, eu pensei que o gelo se manteria sólido. Mas eu tinha me esquecido que nas vezes anteriores eu pensei a mesma coisa. Eu não quero te menosprezar, acontece que você realmente não foi ninguém diferente dos outros, sabe? Eu gosto de você, mas não é nada tão forte assim que me faça querer continuar a estar ao seu lado. Então eu acho que não da pra continuar, não quero permitir que esse liquido, ou seja, esse resto de afeto que tenho por ti, evapore. Entende? Não quero que esse liquido vá sumido comigo ao seu lado, porque é isso que aconteceria se eu continuasse contigo, ele iria evaporando e eu não suportaria mais você a cada dia que se passasse. Não fique com raiva de mim, Jú. Tenta entender. A culpa não é sua, a culpa não é minha. Eu juro que não sei controlar o gelo quando ele está se derretendo. Tem algumas pessoas que vale a pena a tentativa de salvar, como foi no seu caso, eu tentei colocar o gelo no congelador, mas não adianta, forma original nunca mais, e se não for pra ser bonito, eu prefiro que não seja nada. Então eu estou quebrando o resto desse gelo aqui, essa carta é meu golpe final. Deixo-lhe esse líquido, que pode ser a nossa amizade, e que pode não ser muito preciosa, mas lhe faço essa oferta de qualquer maneira, já que é a única coisa que posso lhe oferecer. Caso não queira, vou entender perfeitamente. Você é alguém muito bonito e lhe desejo sorte. Que você saiba compreender, amar e viver a vida de forma bastante especial. Um beijo de quem tem muito afeto e respeito por ti, tanto que lhe disse a verdade que habita em meu coração.

Se cuida, menino. E cuide de quem vir a lhe amar de verdade.

4 comentários:

Lia Araújo disse...

Poxa querida escrever cartas de Adeus... escrevi muitas, mas sempre só adeus... nunca partida!

gostei daqui!
Obrigada pela visitinha!

Ótima semana

Ana Polo disse...

Nossa, garota, que carta foi essa? Tão íntima, tão profunda... Essa carta é você. Eu adorei, querida.

Nadine disse...

Bem sincera. Gostaria de saber dizer adeus assim. Beijão <3

Arthur Luiz Tavares disse...

Amor... amor de verdade... uma vez que se ama, nunca mais se deixa de amar. Há de se aprender a reconhecer o amor e buscar somente ele, ignorando o fogo das paixões, que são etéreas e passageiras.

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